terça-feira, 29 de outubro de 2013

Compartilhando conhecimentos....

Durante uma aula de Informática e Educação II no curso noturno de Pedagogia da Faculdade de Formação de Professores da UERJ, a professora Daniela Araújo propôs o estudo do artigo: DESAFIOS CULTURAIS DA COMUNICAÇÃO À EDUCAÇÃO (MARTÍN-BARBERO, 2000).

Quer saber no que deu esse estudo?! É só ler a resenha do artigo a seguir, e caso se interesse pelo assunto, é só clicar no link do artigo acima. ;)

O artigo aborda os desafios encontrados pela educação no uso das tecnologias de comunicação, e faz questionamentos referentes ao uso das mesmas nas escolas, pois têm-se a ideia de que as tecnologias seriam meros recursos ilustradores de conteúdos.
Neste contexto o autor critica a ausência de meios massivos e da educação na Lei da Cultura, especificando a Colômbia como base de discussão, e reflete sobre o menosprezo dos meios de comunicação, principalmente a TV, como parte produtora de cultura e educação, visto que são concebidos como transmissores, divulgadores e ilustradores de conteúdos, como dito acima.
Barbero esclarece que para introduzir as modernizações tecnológicas nas escolas, primeiro deve-se responder ao problema central da ausência de relação entre educação / comunicação / cultura, que é o seguinte “o que deve ser mudado no sistema educacional [...] para que a escola se comunique com o país?” (p.52).
 Para ele deve-se mudar o modelo de comunicação – vertical: professor-aluno, tradicionalmente autoritário – que está por debaixo do sistema escolar para um modelo descentralizador e plural, que utilize os meios audiovisuais e as tecnologias informáticas de maneira exploratória, criativa e crítica, que amplie e reflita as informações e conhecimentos por eles produzidos.
O autor deixa explícito em seu artigo a importância da informação e do conhecimento para o desenvolvimento social. Afirma que ao reconhecer essa importância a escola precisa rever suas metodologias, repensar as formas de relação com os alunos, com a comunicação e conhecimentos, por meios de comunicação que propiciam às crianças, independente da escola, uma “multiplicidade de saberes” que circulam pela sociedade.
Esse “ecossistema comunicativo” faz emergir outras formas de pensar, ler, escrever, pensar e conhecer, fora das limitações dos livros. É isso que as escolas devem aproveitar, as múltiplas informações e conhecimentos que essas tecnologias produzem.

Você deve estar se perguntando que relação têm esse assunto com o nosso blog!?

Através da leitura pode-se refletir a utilização dessas tecnologias comunicativas desde a mais tenra idade, já na Educação Infantil, tal como se pensa no uso da informática para estimular a leitura de mundo e o desenvolvimento de habilidades nas crianças através daquilo que lhes é de interesse.
Através dos mesmos chegam aos pequenos múltiplas informações, valores, conhecimentos que podem ser explorados e ampliados em sala de aula.
Além do mais a utilização da informática na Educação Infantil pode propiciar o desenvolvimento de habilidades importantes, da coordenação motora ao raciocínio lógico, do estímulo visual e auditivo à interação com informações sobre temas a serem explorados.

Beijinhos e até a próxima...........

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Falando em Informática...




Como o assunto aqui é Informática na Educação Infantil, resolvemos publicar esse vídeo que mostra um pouco de algumas atividades de crianças, no computador... É uma gracinha!! rsrs! 

A informática na Educação Infantil

A influência da informática no desenvolvimento infantil

Um dos objetivos da introdução dos computadores na vida das crianças é que esta tecnologia estimule suas mentes e potencialize seu desenvolvimento intelectual, paralelamente ao seu desenvolvimento psicossocial, uma vez que sua coordenação motora está se estabelecendo concomitantemente a seus gostos e relações sociais.
A proposta de utilizar os computadores no processo educativo desde as séries iniciais é de Papert, pois segundo sua proposta o computador iria “ampliar a escola”, revolucionar a educação e reformular a mente das crianças. Sua linguagem de programação, projetada especialmente para crianças, deveria provocar o estímulo para essa revolução. Influenciado pelo psicólogo e filósofo Jean Piaget, com quem estudou, Papert afirma ter combinado complexas teorias de desenvolvimento infantil de Piaget com seu próprio trabalho no campo da inteligência artificial.

Essa fusão aparente levou à criação da linguagem Logo, que Papert esperava a sistematização do uso de computadores no aprendizado, iniciando-se na pré-escola ou até mesmo em anos anteriores.

No sistema educacional brasileiro a implantação de computadores nas escolas é mais comum a partir do início do Ensino Fundamental, embora algumas instituições iniciem esse processo desde a Educação Infantil, o que, no entanto, não representa um número expressivo. Portanto, segundo a realidade brasileira, os primeiros contatos da criança com o computador em seu processo de aprendizado se darão, aproximadamente, a partir dos seis a sete anos de idade.

Segundo Erickson, a criança dessa faixa etária encontra-se na fase de latência na teoria freudiana, esta é a idade do domínio versus inferioridade, que vai dos seis aos doze anos. A principal realização deste estágio de aprendizagem das habilidades tanto na escola quanto fora dela. Em Piaget, este período corresponde à fase de centralização, onde a criança consegue perceber apenas um dos aspectos de um objeto ou acontecimento (estágio das operações concretas), ela não é capaz de relacionar a si mesma com os diferentes aspectos e dimensões de uma situação.

Para a inicialização da criança com o computador, é missão da escola atender a esse aprendiz, tornando significativo o seu aprendizado, enfatizando o “aprender” e não o “ensinar”, pois o conhecimento provoca mudanças e transformações.

Cabe ao educador tornar o computador uma parte do ambiente natural da criança, explorando todas as possibilidades que o computador lhes oferece, assim como afirmava Papert, trabalhando principalmente os softwares, em que grande parte da atenção está voltada, sendo eles: Logo, softwares educacionais, softwares de simulação e programação, softwares gráficos.

Para a aplicação dos softwares como ferramenta pedagógica, cabe ao educador considerar as competências intelectuais autônomas do ser - humano. Em Gardner, temos postuladas sete competências, ou inteligências múltipas, a saber: 1) inteligência lingüística; 2) inteligência lógico-matemática; 3) inteligência corporal-cinestésica; 4) inteligência musical; 5) inteligência espacial; 6) inteligência intrapessoal; 7) inteligência interpessoal. Gardner ainda explora uma oitava inteligência e, embora existam outras, ainda se encontram em fases de pesquisa.
Através da utilização do computador no processo educacional, diversas habilidades podem ser desenvolvidas simultaneamente, facilitando a formação de indivíduos polivalentes e multifuncionais, diferentemente.

Espera-se que sua utilização promova aulas mais criativas, motivadoras, dinâmicas e que envolvam os alunos para novas descobertas e aprendizagens, proporcionando aos mesmos autonomia, curiosidade, cooperação e socialização, principalmente quando da utilização da internet que possibilita diversos tipos de comunicação e interações entre as culturas de forma bastante enriquecedora.
Portanto, durante estes primeiros contatos, considerando o desenvolvimento intelectual e psicológico dessas crianças e o material pedagógico trabalhado durante este período, elas apresentam um comportamento de interesse e motivação, embora algumas se sentem apreensivas diante desse primeiro contato e de suas novas descobertas.


Relembrando o surgimento da Educação Infantil no Brasil

Vamos relembrar um pouquinho da história da Educação Infantil no Brasil???


No Brasil, por volta da década de 1970, com o aumento do número de fábricas, iniciaram-se os movimentos de mulheres e os de luta por creche, resultando na necessidade de criar um lugar para os filhos da massa operária, surgindo então as creches, com um foco totalmente assistencialista, visando apenas o “cuidar”. Pois segundo Faria (1999, p.25). Se os anos 70 voltaram-se para a mulher, nos anos 80, essa mulher voltou-se para as crianças. Foram, em geral, as feministas intelectualizadas de classe média, e que eram contra a ditadura, que passaram a pesquisar sobre a infância e assessorar os governos progressistas que, atendendo às reivindicações populares, prometeram creches nas suas campanhas eleitorais. .
Só em 1988 a educação infantil teve início ao seu reconhecimento, quando pela primeira vez, foi colocada como parte integrante da Constituição, depois em 1990, com o Estatuto da Criança e do adolescente (ECA, Lei federal 8069/90), entre os direitos estava o de atendimento em creches e pré-escolas para as crianças até os 6 anos de idade. Pela primeira vez na história, uma Constituição do Brasil faz referência a direitos específicos das crianças, que não sejam aqueles circunscritos ao âmbito do Dierito da Família. Também pela primeira vez, um texto constitucional define claramente como direito da criança de 0 a 6 anos de idade e dever do Estado, o atendimento em creche e pré-escola. (CAMPOS, ROSEMBERG, FERREIRA, 1995, p.17 e18) Posteriormente, entramos em um período de debate em torno da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), período que se estendeu até meados da década de 90. Nesse período, sem a aprovação da LDB, a lei maior, o Ministério da Educação em conjunto com outros segmentos define uma política nacional para educação infantil, propondo a criação de uma Comissão Nacional de Educação Infantil (CNEI), que a visão de formular e implementar políticas na área, atuando de 1993 a 1996. Em 1994, aconteceu a Conferência Nacional de Educação para Todos, e um dos eventos preparatórios à conferência foi o I Simpósio Nacional de Educação Infantil, que aprovou a Política Nacional de educação Infantil, com o apoio da CNEI. A partir da Constituição de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990 (ECA, Lei Federal 8069/90) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996, lei 9394/96 (BRASIL, 1996), a Educação Infantil foi colocada como a primeira etapa da Educação Básica no Brasil, abrangendo as crianças de 0 a 6 anos, concedendo-lhes um olhar completo, perdendo seu aspecto assistencialista e assumindo uma visão e um caráter pedagógico. Nesse momento acontece a Municipalização, a Educação Infantil passa a ser responsabilidade dos Municípios, com certo vínculo de verba com o Estado. De acordo com Faria (1999, p.68)Apenas hoje no Brasil, ou melhor, felizmente hoje, dez anos depois de promulgada a primeira Constituição que garante o direito à educação das crianças de 0 a 6 anos em creches e pré-escolas estamos tentando regulamentar as instituições de educação infantil. .
Barreto (2008, p.24) coloca que atenção à Educação Infantil no Brasil é decorrente das últimas duas décadas de reflexões, pois a partir da LDB a Educação Infantil passou a ser o início da Educação Básica, buscando abolir a visão assistencialista e com o olhar na formação dos profissionais que atuam nessa área.